segunda-feira, 15 de outubro de 2012

O meu querer



O meu querer

E quando eu me percebo triste é que eu volto pra ele. Não que já não o quisesse antes, sempre o quis. Mas a mim não pertence, o meu querer, o meu desejo. Não é meu. Sequer será. Mas enquanto comigo, meu ele se torna, seja por um dia, por uma noite, uma hora. Então se vai mais uma vez. E eu volto a procurar em outros, o que só encontro nele. Então busco, penso que encontro, me iludo, às vezes até acredito. E quando acaba, um alívio no peito, foi-se um alguém, mas não se foi o meu querer. Ele ainda está lá, guardado, protegido, em segredo. Não é meu, mas está a minha espera. O meu querer. E sei que ainda posso voltar pra ele. O tempo em que me permitir ser meu. Meu tempo. Meu querer. Voltei.

4 comentários:

  1. Gostei muito do que vi e do que li. Principalmente do que percebi sobre sua sensibilidade. Que para mim não foi surpresa, suas entrelinhas dizem mais do que você possa imaginar...

    ResponderExcluir
  2. Texto que vem do fundo da alma. Palavras que descrevem emoções, sentimentos mas sem expor demais a intimidade. É quase como a letra de uma canção, onde nos apropriamos dela e inserimos na nossa vida... Ou seja, gostei muito! E gosto do que escreve! Bjs

    ResponderExcluir
  3. Um texto que reflete seu estado de espírito, sua sensibilidade, sua autoproteção em querer se reservar ao direito de sentir o que quiser e quando quiser. Quase um "querer por querer". Muito bom.

    ResponderExcluir