O meu querer
E quando eu me percebo triste é que eu volto pra
ele. Não que já não o quisesse antes, sempre o quis. Mas a mim não pertence, o
meu querer, o meu desejo. Não é meu. Sequer será. Mas enquanto comigo, meu ele
se torna, seja por um dia, por uma noite, uma hora. Então se vai mais uma vez.
E eu volto a procurar em outros, o que só encontro nele. Então busco, penso que
encontro, me iludo, às vezes até acredito. E quando acaba, um alívio no peito,
foi-se um alguém, mas não se foi o meu querer. Ele ainda está lá, guardado,
protegido, em segredo. Não é meu, mas está a minha espera. O meu querer. E sei
que ainda posso voltar pra ele. O tempo em que me permitir ser meu. Meu tempo.
Meu querer. Voltei.